quarta-feira, maio 3

na praça

passa o que passa
vem o que vem
a aurora de ninguém
na margem suja da praça
o chão de tristezas feito
as casas em desalinho
o céu de um azul quase perfeito
ao longe as curvas dum caminho
tudo é o que é
sem a máscara do querer ser
a porta umbralina do café
a tarde da gente a envelhecer
tudo passa tu vem
dentro da pequenez da praça
um mundo de ninguém