domingo, junho 6

Narcisismo

















Narcisos

Vivemos indecisos

Divisos

A medo de crescer

Inconsequentes

Nem já a inocência das águas

Longe a verdade de Ofélia

Já longe

Na inclemência do oceano

Simulacros

Os rostos opacos

Resplendem o que há fora

A ternura

A nervura de ser gente

Ressequida

Fica na garganta

Agrura de sede

Resto de uma quimera infantil

Condenada a naufragar

E no fundo há tanta água

Mais fundo que a mágoa

Florescer

É tudo dar

quarta-feira, junho 2

Verde
























Verde não sei
Se a esperança
Se a calma de nada vir
Encanta-me não sei porquê
O que na luz a luzir dá a ver
O sem porquê
A incompletude de praia
Que às coisas chega a certas horas
Um sorriso talvez
Do que de si nada sabe
E se percute em cada momento
O aberto
Golpe de asas súbito a arder
Presença ou ausência
Não tenho que escolher
Mas o aqui desabrocha
E entorna-se tudo
Na imponderabilidade
Um aceno talvez
O templo
Levanta-se de dentro
E já nada está enfermo