sábado, dezembro 6

aerossol

é no estar ao sol que o tempo me seca na pele
e os esgares de fundo e traços findos me escrevem
os que foram meus anos e acenos de nunca há longes na carne e no rubor
das faces que sorvem o ar na manhã e na vacilação dos acentuados regressos
à planura do aqui quando o vento se aquieta e desgraça o fresco
dá para sentir o abandono a si das coisas fora dos livros de metafísica
apenas coisas que enchem o espaço e escondem o que não há no repleto que enche os olhos
e lhes dá a visão do compacto caos lento em que se vive
numa margem ocupada de impossíveis intervalos requebrados de silêncio
por dentro da escuta

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