quarta-feira, dezembro 3

ii. afrodisia

A música do mundo, o colapso da sonoridade, a anamorfose sorumbática dos ecos no interior da espiral de pétalas carnais do nosso ouvido interno...
a música tem propriedades erotopoiéticas, dá-nos a sentir a não necessidade de termos uma alma separável da alma do mundo, no sapateado galopante de sermos nós no esconso de Deus, a superfície da terra, sobre as funduras parturientes que se regorjitam na boca castrada dos vulcões, o cântico impossível da lava e do fogo, a sinfonia do enxofre e das cinzas.
É terça-feira, de vez em quando. Uma melodia que não se conforma com a partitura pendurável dos calendários.

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